As amizades ao morar longe

Essa semana tem sido especialmente mais difícil pra mim. Andei refletindo sobre amizades. Já estou morando fora há mais de quatro anos, já passei um tempo no Brasil no meio do caminho (grazadeus), mas continuo morando longe.

Aqui fiz amizades muito boas. Na verdade, pouquíssimas muito boas. Pra não dizer quase nenhuma.

Eu sempre tive plena consciência de quem é meu amigo e de quem é meu colega. E aqui eu vejo que sou cheia de colegas… Mas essa semana isso me fez sentir um vazio.

Sou abençoada pela vida por ter ótimas amizades no Brasil, daquelas pessoas que conheci criança e hoje são família. Que estão lá pro que der e vier. Que pode passar o tempo que passar, nada muda. Que eu me reconheço na pessoa, que eu admiro a pessoa. Que não tem drama nenhum na relação.

Aqui tem muito drama. E se tem uma coisa que eu odeio é drama. Picuinha. Imaturidade. Eu sempre fui muito sincera com todos ao meu redor, não gosto de coisa mal resolvida. Mas aqui parece que as pessoas gostam. Amam. Não sei se é esse negócio de relações rasas, se é ego – com certeza, se é inveja – também. Só sei que eu não aguento mais isso.

São sempre os mesmos papos, os mesmos problemas, os mesmos assuntos… Eu tô cansada. Sentindo falta de relações verdadeiras e profundas. De honestidade e transparência.

Esses dias vi um vídeo de um cara dizendo algo do tipo “pense nas pessoas que você mais convive. Você gostaria que o seu filho fosse igual a elas? Se a resposta for não, tá na hora de mudar o círculo de amizades.” E isso me fez pensar sobre as pessoas que eu mais convivo.

Acho que a gente acaba se contentando com o que tem. Não que sejam más pessoas… Mas não são pessoas que estão somando tanto assim. Algumas estão até sugando. Sem querer… Mas estão.

A gente acaba indo para os mesmos lugares, vendo as mesmas pessoas, ouvindo as mesmas palavras. E aí começamos a sentir isso.

Ontem fui pra um lugar diferente, saí meio que sozinha. Encontrei pessoas diferentes… Já me fez bem. Porque eu sei que conheci pessoas incríveis aqui, mas que acabo não vendo tanto, não desenvolvendo tanto. E deveria. Porque o que tem agora não tá mais somando.

É até bom quando acontecem uns “dramas maiores” ao nosso redor, porque faz a gente enxergar quem tem que estar ali e quem tem que estar longe, bem longe. Faz a gente selecionar pessoas, lugares e onde vamos investir nossa energia.

Ser seletivo pode ser meio solitário de vez em quando, mas é exatamente o que estou precisando. Ando cheia de vontade de ficar em casa, pensar na vida, no meu trabalho, cuidar da minha saúde e do meu corpo… As coisas vão se ajeitando. O importante é: se sentir que algo não está como deveria, procurar uma forma de mudar.

Maturidade, é você? É ela mesma! Rs

Esse sentimento estava tão forte que eu até decidi parar de beber. E o que isso tem a ver? Simples. O álcool faz tudo ficar mais divertido, né? E eu tava sentindo que ele estava sendo exatamente isso – a única forma de certas saídas e bares ficarem divertidos. E aqui a galera bebe, viu! Sem falar no dinheiro que a gente gasta à toa, ao beber só por beber, e nas ressacas, que cortam o nosso ritmo no que quer que seja.

Faz só duas semanas, mas desde que eu tomei essa decisão, a minha mente já ficou mais clara. Não estou com tanta vontade de sair mais, sinto que meu ritmo em casa está melhor. A tal seletividade que falei ali em cima está latente. O objetivo agora é expulsar o que não está somando na minha vida, e isso definitivamente não estava.

Muito louco como uma coisa leva à outra. E se a primeira decisão for O SEU BEM e você continuar a seguindo, com certeza todas as outras farão o mesmo.

Agora fé pra esse caminho continuar! Xô amizades rasas!


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