Eu assisti um TED em que a palestrante dizia que 92% das nossas preocupações são desnecessárias. Eu fiquei chocada com o número, mas não surpresa. Até por que acho que todos nós temos a noção de que nos preocupamos muito mais do que deveríamos. Vamos aos números mais específicos:
40% do que nos preocupamos nunca acontecerá.
60% do que nos preocupamos já aconteceu.
12% das preocupações são sobre a saúde – mesmo estando bem.
10% é com coisas mínimas.
Isso tudo totaliza 92%. É claro que é um número aproximado com base no geral, mas para pra pensar!
A gente se preocupa roendo compulsivamente as unhas ansiosos com aquele feedback que estamos esperando pra receber sobre um trabalho. Sendo que não adianta nada se preocupar antes de recebê-lo. A gente fica maluco quando enviamos um e-mail pra pessoa errada. Sendo que já foi enviado, não tem o que fazer. E se levamos uma multa no trânsito? Estresse, preocupação com o dinheiro, tudo junto e misturado. Mas de que adianta? Já foi.
A gente tem mania de focar no problema ao invés de pensar na solução
Arrancamos os cabelos, corremos de um lado pro outro, mas não estamos fazendo nada de útil. A verdade é que a preocupação por si só não serve de nada. E ela gera muitas outras coisas que não fazem nada além de atrapalhar o andamento do nosso dia, além de acabar com o nosso bem-estar.
Ficamos estressados, tratamos os outros mal, a ansiedade toma conta, perdemos o foco do que precisamos fazer, comemos de mais ou de menos, a nossa cabeça fica na lua… A lista do que uma preocupação pode fazer com uma pessoa não tem fim.
É tão comum eu ver as pessoas indo a loucura no escritório e pensar: “Pra que?” Quando a gente vê de fora é claro que é muito mais fácil de perceber o quão desnecessárias algumas atitudes e estresses são. Sabe aquelas pessoas que ficam falando sozinhas, correndo de um lado pro outro, tentando “culpar” quem ver pela frente pela falta de tempo ou por algum erro em algum projeto, ao invés de simplesmente sentar a bunda na cadeira e pensar: “Ok, o que precisa ser feito?” Já cansei de ver isso acontecer, o desespero toma conta da pessoa e ela contagia a todos com a preocupação desnecessária, sendo que a solução é simples: parar, pensar e fazer.
É um ótimo exercício, inclusive, observar os outros enquanto estão em modo “crazy” e refletir: “Será que eu também faço isso? Em quais momentos?” e daí pra frente se policiar pra não perder tempo com o que não o levará pra lugar nenhum.
Eu mesma, viajando com meu namorado pela Itália (chique rs), passamos em um túnel e vimos um flash. Mas não sabíamos o que tinha sido. Será que foi uma multa? Estávamos a cima da velocidade. Foi a viagem inteira ele falando: “Ai linda, será que tomamos?” E eu respondia todas as vezes: “De que adianta ficar se questionando se foi ou não foi? Se foi, foi. Se não foi, não foi. Não tem o que a gente fazer mais.”
Final da história: não tomamos nenhuma multa.
É claro que existiu o(s) dia(s) que eu me preocupei por uma multa, fiquei triste, chorei de raiva. Mas isso ajuda? Não. Isso só atrapalha, piora o meu dia e de quem estiver junto, acaba com o meu humor e dependendo do nível de preocupação, pode até adoecer uma pessoa.
Ninguém é de ferro, se algo ruim acontece, temos que lidar com um mar de sentimentos. Se existe a mera possibilidade de algo ruim acontecer, também precisamos lidar com a força do pensamento. Mas tentar ser mais racional quando isso acontecer é um exercício necessário. Um exercício que vai poupar muitas noites mal dormidas e manter a sua saúde mental.
Ao invés de sempre pensar no que deu errado ou no problema que isso vai trazer, comece a pensar em como você pode resolver isso ou evitar que isso nunca mais aconteça.