Fim de ano longe de casa

É a segunda vez na minha vida que eu passo o Natal e o ano novo longe da minha família, amigos e o Brasil do coração. Pra mim é uma data muito difícil de estar longe, porque dia 25/12 é, também, o meu aniversário. E porque é verão no hemisfério sul. É a minha época preferida e sempre quero estar junto de quem eu amo.

A primeira vez foi em 2010, quando fiz intercâmbio pros EUA. Estava morando na casa de uma família americana que acabou virando a minha segunda família e deixou essa época bem mais quentinha e acolhedora. A cultura do Natal nos EUA é bem presente, a gente ouvia músicas natalinas na rádio por dois meses antes do Natal, enfeitamos a casa toda, ganhamos meias temáticas, dormimos todos juntos no mesmo quarto e acordamos antes do sol pra ir abrir os presentes que compramos uns aos outros. Confesso que nem deu tempo de sentir saudades nesse dia, sou muito grata por ter tido eles como host family.
Já o ano novo por lá… No frio, em casa, sem nada pra fazer… Foi difícil. Chorei.

Aqui em Portugal foi melhor, por eu estar acompanhada pelo mozão, que já deixa um ar de família e amigos e faz com que eu me sinta em casa perto dele, não importa onde eu esteja. O problema mesmo é o clima, o frio, pensar na família e nos amigos no calorzão, em casa, na praia, juntos… Dá vontade de chorar sempre que falo com eles por vídeo, estar longe de casa não é fácil.

É uma mistura de sentimentos, uma felicidade, entusiasmo e amor por estar ali, vendo e falando com eles, mas uma tristeza e ansiedade de não estar com eles.

Eu sou uma pessoa extrovertida, falo com todo mundo, faço amigos com facilidade, mas também sou muito apegada à minha casa, às pessoas que eu amo e passar muito tempo longe é sofrido. Passar muito tempo longe e COM FRIO é sofridasssso.
Sério, pra mim o clima muda 70% do meu humor. Só de estar sol, céu azul, calor, eu já estou mais feliz, animada e com vontade de fazer as coisas. Se está chovendo, a vontade diminui completamente. E final de ano pra brasileiro é verão, né. O frio não dá vontade nem de sair de casa, ter que colocar 57 peças de roupa e ainda ficar com frio na ponta do nariz não é comigo.
Confesso que passei quase um ano num verão infinito, vindo do Brasil em Junho pra Portugal e emendando um verão no outro, e até fiquei cansada de tanto calor, deu uma saudade do frio. Aí chegou o frio. Quando passou uma semana eu já cansei e queria o calor de volta. SOML – Story of my life.

Mesmo com essa sofrência de frio, eu agradeço todos os dias por ter aqui comigo pessoas que eu amo e quero estar perto, por ter relativamente o que fazer sempre, coisas e pessoas que deixam meus dias mais quentes. Mas é claro que aquela dorzinha no coração acaba batendo de vez em quando.

No dia a dia é fácil, tive pouquíssimos dias de saudade estralando por aqui, vir com um parceiro, namorado ou marido ajuda muito com toda a certeza do mundo. Ter alguém que está junto com você nessa missão, alguém pra compartilhar dores e alegrias, alguém pra deitar no peito… Ah, é tão bom.

Mas tem certos dias que nada adianta, a única coisa que ajudaria era entrar em um avião diretamente pra sua casa. Esses dias são difíceis, o fim de ano é difícil.

Mas também é bom pra gente pensar em tudo de bom que temos, em agradecer por estar tendo essa oportunidade, por ter uma casa, amigos, amor, saúde e por poder falar com a sua família que está longe.

Pode chorar que chorar faz bem, mas lembra de agradecer. E fazer tudo certinho pra no próximo ano poder passar ao lado de quem você tanto ama.


2 comentários sobre “Fim de ano longe de casa

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