Tem momentos que me sinto assim. Não vou pra frente, nem pra trás. Fico ali, no mesmo lugar, estagnada. Mas será que estou mesmo parada?
Dou um passo, mas paro por um tempo. Olho ao meu redor, observo, dou outro passo, volto um. Fico na dúvida. Será que devo mesmo ir? Pra esquerda ou pra direita? Pra frente ou pra trás? Ou será que é melhor deixar o vento me levar? Ah, vou ficar aqui mesmo. O tempo me dirá.
E aí a gente fica assim, sem ir, nem ficar. Aqueles pensamentos que já estão aqui dentro há tanto tempo são ignorados. As vontades, deixadas pra depois. Uma hora vai acontecer, uma hora vai mudar. Mas será que vai mesmo? Se continuar aqui, nada muda. Quem tem que ir atrás, dar um, depois dois e então dez passos, é você. O vento não leva a gente até muito longe. São nossas pernas, braços e cabeça. Sou eu. É você.
Eu sei o que quero. Você sabe o que quer. Mas porque é tão difícil de se desprender de medos e desconfianças e simplesmente ir?