4 dias na Ilha de São Miguel nos Açores

Já vou iniciar o meu texto dizendo: QUE LUGAR, meus amigos! A Ilha de São Miguel me surpreendeu, e muito. Simplesmente incrível, desde a paisagem geral, quanto a estrada, aos “pontos turísticos”, à água, ao mar, à natureza, tudo. Lindíssimo.

Mas vamos contar melhor como foi essa viagem, o que fizemos e como fizemos.

Saindo de Lisboa

Eu e meu namorado vivemos em Lisboa, então compramos um vôo direto, cerca de duas horas e pouco. A preocupação era ter que fazer o PCR antes de ir e gastar com isso, mas felizmente para viajar aos Açores você não paga PCR. Isso é o governo de Portugal incentivando o turismo dentro do país. Pagamos cerca de 50€ nas passagens de ida e volta cada.

Para nos locomovermos pela Ilha, é necessário um carro, então alugamos um pela Rental Cars mesmo, sendo o aluguel pela Autatlantis, e deu tudo certíssimo.

Antes de qualquer coisa…

Uma das coisas que eu reparei e que achei ótimo é que praticamente nenhum dos lugares que visitamos é pago. Na verdade, nenhum dos que visitamos. Sei que algumas termas e cascatas privadas são. E sinceramente, queria muito conhecer umas duas que tinha visto, mas passamos na frente de uma delas em um dos dias e estava uma fila enoooorme. Não estávamos nessa vibe de lotação, então preferimos não visitar esses lugares. Uma das que vi foi a Caldeira Velha, para quem quiser procurar.

Hospedagem na Ilha

Como a ilha é ligeiramente grande, optamos por nos hospedarmos em um vilarejo que estivesse mais ou menos no centro da ilha, que foi em Vila Franca do Campo. Alugamos um Airbnb bem no centro e foi ótimo, tinha mercado a menos de dez minutos andando, praia, tudo o que precisamos durante a nossa estadia, visto que queríamos um lugar com cozinha e tudo pra podermos comer em casa e gastar menos. O único ruim foi que, por conta do covid, todos os restaurantes estavam encerrando às 20hrs, mas tudo bem. Afinal, o nosso Airbnb era quase uma fazenda, o galo começava a cantar às 4h30 da manhã, por isso tínhamos que ir dormir cedo… rsrs

Chegando em São Miguel

Na verdade, ficamos cinco dias na ilha, mas como chegamos depois do meio dia no primeiro dia e o Marcelo precisava trabalhar, almoçamos, eu dei uma andada pela Vila e fomos na Erminda de Nossa Senhora da Paz, que estava a 2,5km do nosso airbnb. A vista de lá é lindíssima e a igreja está em uma área muito charmosa também, com campos verdes ao fundo… Valeu a pena! Parece o plano de fundo do windows, né?

Como dividimos os nossos dias

Para otimizar o nosso tempo e conseguir ver tudo aquilo que mais queríamos, fomos cada dia para uma área da ilha, assim não precisávamos nos locomover tanto no mesmo dia e ficava mais tranquilo. Foi a melhor coisa que fizemos! Talvez se tivéssemos apenas uns dois dias pra visitar, teríamos que cansar mais andando de lá pra cá, mas com quatro dias pra visitar, encaixou super bem nos nossos principais pontos.

Primeiro dia de passeios

Fomos no feriado de Corpus Christi, então nosso primeiro dia pra turistar foi na quinta-feira, que decidimos ir para o lado esquerdo da ilha. O caminho até a nossa primeira parada, a cidade Mosteiros, que durou cerca de uma hora, já foi de cair o queixo. É impressionante, praticamente todas as estradas têm orquídeas nas suas laterais, sem falar nos campos cheios de verde, árvores e as vaquinhas fofas no cenário. Parece que você está dentro de um conto de fadas.

Eu tinha visto algumas fotos de Mosteiro e não tinha me apaixonado, mas quis ir. E que bom que fomos! Um mar lindíssimo com algumas ilhotas próximas, a praia de areia preta… Realmente maravilhoso.

O único “percalço”no caminho foi que o espertinho do Marcelo se enfiou em uma plantação e quase deixou o carro preso, mas deu tudo certo, então eu não tive que matar ele 🙂 E a parada rendeu fotos belíssimas e uma vista incrible!!!

Depois, partimos para conhecer a Lagoa Sete Cidades e o encontro da Lagoa Verde com a Lagoa Azul. Mas no caminho paramos uma ou duas vezes em miradouros e sério, as fotos estão maravilhosas, mas juro que não faz jus à paisagem.

Chegamos em Sete Cidades. Acho que esse foi o lugar que mais vimos gente em toda a viagem, porque na maioria dos lugares onde fomos, quase não tinha ninguém. Essa é uma das áreas mais turísticas, provavelmente. Mas mesmo assim, estava tranquilíssimo.

Aí fomos subindo e parando em alguns miradouros. Fomos primeiro no Miradouro da Vista do Rei, onde do lado tem um hotel abandonado, que não é permitido entrar, mas é claro que todos entram, porque é simplesmente incrível estar em um hotel totalmente caindo aos pedaços, todo pichado e com uma vista inacreditável das lagoas.

Depois fomos ao Miradouro da Grota do Inferno, a entrada dele é pela Lagoa do Canário, que é uma lagoa pequena, mas muito linda, com cores impressionantes de natureza ao seu redor. Basta seguir reto no caminho e você encontrará esse miradouro, que também parece saído de um conto de fadas, de um filme do Hobbit ou Senhor dos Anéis. Sério, é surreal. De lá, você consegue ver as Lagoas Verde e Azul e a Lagoa Rasa e a de Santiago.

Depois de todo esse passeio, estávamos famintos. Fomos tentar almoçar no restaurante mais bem avaliado da cidade, mas estava cheio e quase fechando, aí fomos no São Nicolau, que só estava tendo buffet, mas foi bom, rápido, podia comer o quanto quisesse por 8,50€ e é isso que importa.

Já alimentados, seguimos para conhecer a Ponta da Ferraria e suas piscinas de água thermal. Chegamos em um estacionamento bem cheio e fomos andando pelas pedras logo ali… Uma vista linda do mar. Até tentamos nos aventurar por ali, mas era meio chato de andar e perigoso de entrar no mar. Lá tem uma piscina de água quente, mas se você seguir adiante, você chega em uma “piscina” no mar, onde a água é quente. Estava abarrotado de gente, mas achei interessante. Entramos pra ver qual era e realmente, a água é quente. Doideira!

Segundo dia na ilha

No segundo dia, o Marcelo precisava trabalhar à tarde, então decidimos visitar algo ali por perto, fomos para a Cascata Salto do Cabrito. Como chegamos cedo, não tinha absolutamente ninguém, o que foi perfeito. Para chegar lá, não tem trilha, então é tranquilo. É só descer com o carro, estacionar e seguir.

O caminho por cima da cascata é lindo, parece que você está no filme do Tarzan… e a Cascata é linda. Quando chegamos, imaginamos que a água devia estar geladíssima e dissemos “nem f**endo que vamos entrar”. Mas acabamos entrando 🙂 Renovando as energias. E ainda sozinhos!!! O único “ruim” é que o sol não estava batendo na água ainda, então a cor dela não estava aquele veeeeerde que poderia estar. Mas não fez falta, é incrível mesmo sem sol. No final da tarde deve ficar incrível, mas cheio de gente, né.

Na volta, paramos em alguns Miradouros perto da Lagoa do Fogo. Maravilhosaaaa! Uma pena que não dava tempo de descer até a lagoa, e acabamos por não ir visitar novamente. Mas quem puder, sugiro que desça até a lagoa, porque deve ser incrível.

Neste dia, fomos jantar em um restaurante ali em Vila Franca do Campo, chamado AV VA, bem gostoso, a vista era linda, fez um belo final de tarde e o atendimento foi ótimo.

Terceiro dia de turismo

No sábado, fomos ao Nordeste (que eu achava que se chamava nordeste pela localização, mas é o nome do concelho mesmo rsrs). No caminho, paramos na Lagoa de Furnas, que é linda. E fiquei pensando que seria ótimo acampar por ali. Lugar de paz.

Acabamos não parar na cidade de Furnas na ida, mas paramos na volta. Achei muito interessante as caldeiras no meio da cidade, a água fervendo saindo do chão. O nosso planeta é mesmo muito doido.

Depois fomos para a Cascata Salto do Prego. Você estaciona quase que na entrada da trilha e vai seguindo. Tem bastante subida, mas é de boa a trilha até lá. O caminho é lindíssimo e a cachoeira mais ainda. Sério, maravilhoso! Quando chegamos, de novo entramos na água e até incentivamos outras pessoas, que estavam lá boquiabertas com a nossa coragem, a entrarem. Quase perdi o ar de tão gelada? Sim. Mas valeu a pena 🙂

Bom, de novo, todo o caminho de estrada pra literalmente qualquer lugar, é de tirar as palavras. Sério, a gente andava de carro falando “meu deus”, “que lindo”, “car*lho”. Juro.

E então, seguimos pro nordeste, onde almoçamos em um restaurante qualquer e visitamos os Miradouros do Sossego e da Ponta da Madrugada. Tudo muito perfeitinho, colorido e verde.

Ah, um ponto importante: acho que demos sorte de ir “sem querer” durante a primavera para a ilha, porque tudo estava muuuuito verde e florido. Não imagino que seja assim o ano todo. E mais pra frente, no verão e início do outono, alguns poços devem ficar mais secos pela falta de chuva também. Portanto, eu aconselharia a todos a irem na primavera mesmo, demos uma grande sorte com o clima, que estava lindo e quase sempre sol e tudo verdinho.

Depois dos miradouros, demos uma parada na Praia do Lombo Gordo, que também tem uma vista maravilhosa na descida e o mar não é tão gelado. Mas prepara as perninhas para as escadas!

Último e quarto dia na ilha

No último dia fomos até a Lagoa do Congro, que era bem próxima ao nosso airbnb, e nos surpreendemos com a sua beleza. Como é uma lagoa pequena, fomos sem esperar nada demais. Mas a lagoa é incrível, tem um verde super forte e fica no meio de uma floresta. Outro lugar que parece ter saído de Tarzan. Muitos lugares da ilha lembram muito paisagens da África, Costa Rica, sei lá… Lugares com muita floresta.

Depois fomos conhecer a Cascata Salto da Farinha. A gente não sabia muito bem a localização, então paramos onde o Waze mandou e fomos descendo em uma trilha sem saber se chegaríamos lá. Uma bela de uma descida. E ainda paramos o carro mais acima do que podíamos. Ou seja… Na volta as pernas cansaram. Mas nada demais 🙂 A cascata era linda, cheeeeia de sapinhos, mas não tinha muita água caindo… Mesmo assim demos um pulinho e saímos.

Na volta até podíamos ir andando até o Poço Azul, que era outro lugar que queríamos muito conhecer, mas a volta ia ser dura com tanta subida, então voltamos para o carro e dirigimos até outra entrada do Poço Azul.

Para chegar lá também tem que descer bastante, mas o lugar é incrível. Mais um para o álbum do conto de fadas. Sério. Água cristalina, muito lindo. Aí nadamos bastante em um poço mais abaixo que estava pegando sol e esperamos o sol pegar mais no poço, para que a sua cor ficasse mais viva. O sol pegou pouco, mas o bastante. Olha que maravilhoso! Lugar mágico.

Para o nosso último dia, queríamos comer em um lugar gostoso, já que não comemos muito fora e somente um dos lugares foi realmente bom, os outros foram qualquer coisa, tirando a comidinha que eu fiz em casa hehe enfim, fomos em um restaurante que uma amiga indicou, chamado Bar Caloura, em Caloura. Uma delícia de lugar, na beira do mar, comida boa e peixe fresco. Valeu super a pena!

E os passeios foram esses 🙂 Só teve um lugar que estávamos super planejando de ir e era super próximo do airbnb, mas infelizmente não foi possível, porque eles não estavam fazendo visitas oficiais ainda. Foi o Ilhéu de Vila Franca do Campo. Olhar o ilhéu do continente é lindo, mas a vista de cima é algo surreal (até vimos um pouco pelo avião), por isso queríamos visitá-lo e subirmos até o alto pra conseguirmos ter uma visão boa, mas as visitas só aconteciam a partir do dia 15/06 e vão apenas até outubro, se não me engano. Até tinham barcos que iam até pertinho do ilhéu, mas não podia subir.

Final de domingo.

Acabou a viagem. Voltamos no dia seguinte bem cedinho.

Amamos a Ilha de São Miguel, já estamos loucos pra conhecer as outras ilhas dos Açores e a Madeira.


2 comentários sobre “4 dias na Ilha de São Miguel nos Açores

  1. Adorei tudo mas o que mais me tocou foram suas descrições dos lugares, pontuadas de Amor e felicidade. A beleza da natureza estava à disposição total de vcs, mas seu Amor fez vc ver cada detalhe que só os olhos apaixonados conseguem . Amei

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